9 de julho de 2019
Epígrafe do Livro “Mata Atlântica O Massacre” de Victor Chahin feita por Araquém Alcântara.
Maravilhamento, êxtase, mais a mão sábia do destino. Certamente foram estas as razões que levaram Victor Chahin a iniciar-se precocemente na grande viagem da fotografia. Ele tinha apenas doze anos de idade, lá pelos idos de 2008, quando foi arrebatado pela beleza de um tangará-dançarino, na Mata Atlântica da Ilha do Cardoso, em Cananéia, litoral sul de São Paulo. Era uma aula de Estudo do Meio do Colégio Rainha da Paz.
O aluno de ciências do professor Reinaldo Haiek não se contentou em apenas admirar o azul e o vermelho brilhante do belo pássaro. Nem em registrá-lo de longe com a sua câmera de poucos recursos. Pelo contrário, pediu ao mestre que o ajudasse a se aproximar. Sentiu, pela primeira vez, o entusiasmo que invade o fotógrafo quando encontra a beleza. Queria ver de perto, queria reparar nas formas, nas cores da plumagem. Queria, enfim, registrar o tangará em sua real grandeza.
Voltou da viagem com uma ideia fixa: estava determinado a conhecer e a registrar mais passarinhos, e para isso precisava de uma câmera e de uma teleobjetiva de verdade.
Os pais o atenderam e ainda o levaram para uma viagem à Amazônia. Lá, ele começou a vivenciar as dificuldades de fotografar uma floresta escura. Em que os animais geralmente estão ocultos pela vegetação. Mesmo assim confirmou a sua predileção pela fotografia da vida selvagem.
Aos 15 anos fez o meu workshop de fotografia no Pantanal do Mato Grosso, e vibrou com o registro da primeira onça selvagem.
Hoje, aos 21 anos, 9 de fotografia, Victor já evoluiu significativamente, não só em tecnologia e técnica, mas sobretudo na criatividade e no modo de encarar a linguagem como forma de expressão pessoal.
A cada dia que passa suas imagens ganham força e harmonia. Neste MATA ATLÂNTICA O MASSACRE, Victor começa a entender também que a arte que escolheu pode ser mais do que o registro do belo, pode e deve ser um poderoso instrumento de transformação e de luta pela vida.
Araquém Alcântara – 2017